18 de jan. de 2009

Long time no see


É, eu sei, tô atrasado! Mas é como uma resolução de fim de ano (embora não seja exatamente uma resolução de fim de ano, porque não houve uma resolução feita na passagem do ano a esse respeito). Enfim, este post é mais baseado na mescla de uma casa silenciosa, um pingo de vergonha na cara que me resta, apelos e críticas em comentários antigos pra que isso aqui fosse pra frente e a real vontade de manter esse espaço e verdadeiramente fazer com que ele funcione antes que o staff do google apague ele por verificar que se trata de uma alocação de dados inútil e esquecida no meio do cyberespaço. E pode ser que, eventualmente, um caramel macchiato grande, com extra shot de expresso, comprado às 21:30 hs de hoje tenham influenciado um pouco, quase nada.

Bom, primeiro tópico efetivamente escrito em mais de seis meses, durante esse tempo todo houveram vários rascunhos que nunca saíram das folhas de caderno para serem traduzidos em extensas cadeias de dados binários. Fato que não me redime totalmente, mas eu preciso me defender afirmando que não fui completamente inútil durante esse tempo todo. Um pouco, claro, mas não completamente. Jamais! Com sorte esses rascunhos poderão vir a ser postados futuramente, mas isso só o tempo dirá.

Como este texto é de improviso, ficam registrados aqui apenas alguns momentos e fatos que a empolgação desencadeada pela cafeína me permite recordar com clareza. Primeiramente, mas a mais penosa das lembranças é que eu não consigo mais andar com dignidade. Não se trata, de forma alguma, de um problema relacionado a minha consciência, mas sim a uma diabólica série de exercícios supostamente desenvolvidos para trabalhar os músculos abdominais inferiores. O nome desta tortura bárbara travestida em exercício físico é elevação de pernas. O resultado é causar dentro de no máximo 24 hs uma dor excruciante nos músculos que ligam o fêmur à bacia. Em miúdos, àquelas partes insignificantes do corpo que te permitem trazer um pé à frente do outro ao caminhar, subir escadas, ou até mesmo manter uma postura ereta. Não digo correr porque hoje isso se tornou um sonho distante. Voltando à tortura bárbara, trata-se do ato de posicionar-se em uma máquina maligna, na qual se apoia pelos braços e suspende-se as pernas supostamente com a força dos músculos abdominais. MENTIRA!!!!!!! Músculos abdominais my ass!!!

Pra completar, durante todo o desenrolar deste tributo sádico você está em um lugar onde todos os outros pobres coitados ao seu lado aparentam ser mais magros, felizes e capazes de realizar o mesmo exercício macabro que você está fazendo! Quer dizer, você já chegou alguma vez na academia e viu alguém fazendo o mesmo exercício que você com uma carga de peso menor??? NÃO!!! Você fica lá se esforçando feito um cão danado pra levantar seus 20 kg, enquanto o infeliz que pede pra revezar no aparelho desce o maldito pino até os 75 kg. Aí você fica com aquela cara de cú, enquanto ele pergunta: "Desculpa, quanto era a sua carga mesmo???" E você pensa: "Não! Imagina, eu tava mesmo terminando... pra ir enfiar a minha cara dentro daquele buraco ali."

Enfim, apesar das dificuldades locomotivas é necessário seguir com a vida. Então você escolhe um programa tranqüilo pro fim de semana: cinema. Afinal, se andar dói o esquema é permanecer sentado. Imóvel se possível. Se houver uma chance, chegar até a sala carregado. Filme escolhido. Marley e eu. Dois casais e uma amiga em comum. Passa pela sua cabeça o inevitável. Todos vão chorar menos você, o insensível. Afinal a maioria esmagadora das pessoas que teve cachorro e se emociona. E você sabe que não chora em filmes. Eu pelo menos sei. Quer dizer, é um filme. Pergunta se o Leonardo Di Caprio ou a Kate Winslet chorou na premier de Titanic. NÃO!!! ELES SABIAM QUE ELE NÃO TINHA MORRIDO!!!!!!! ERA UM FILME, PELO AMOR DE DEUS!!!

Enfim, entrada do cinema, o cara do outro casal faz piada com o fato de que as meninas fatal e inevitavelmente iam chorar. Eu penso: "Graças a Deus! Tô salvo! Não sou o único insensível!" O filme começa. O casal não sabe se deve ter filhos então eles acham melhor adotar um cachorro antes pra ter uma experiência de como manter outro ser vivo. Passam os anos, o filme vai se desenrolando e eu começo a me perguntar: Como no filme o Owen Wilson e a Jennnifer Aniston vão dos 30 anos até os 45 COM A MESMA CARA??? Deixa eu entender direito! Eles tem um demônio da tazmânia disfarçado de labrador como animal de estimação, os móveis deles não duram mais que trinta minutos de filme, e os dois chegam aos 45 quase sem rugas? Então é o seguinte, eu também quero ser amigo do Peter Pan! Porque eu sei que não vou envelhecer desse jeito! Eu já pareço tão velho quanto eles AGORA!

Mas o filme continua e eu lá, rindo das piadas e nem um nó na garganta. Chega um ponto em que o narrador começa a resumir os acontecimentos em frases curtas e encadear em uma seqüência de slides e narração que vai ficando mais rápida, e mais rápida, e mais rápida. Até que você percebe que não consegue mais acompanhar e pensa: Calma! Calma! RESPIRA CARALHO!!!!! Sério! Faz bem pro organismo. Oxigena o cérebro. Dali a pouco o cachorro cresce e fica enorme! EM DUAS CENAS! Mas tudo bem. Cachorros crescem assim mesmo. Numa hora são filhotes, com tamanho de filhotes, em outra são adultos, com tamanho de... cavalos. Aí eu noto que o tempo está passando no filme, o cachorro tá ficando velho e comecei a pensar: Puxa! Quantos cachorros será que eles usaram pra fazer as filmagens?! Bom, o resumo da ópera é que, honestamente, mesmo baseado em uma história real, dá pra perceber tranquilamente que é só um filme. Mas que eu chorei no fim, eu chorei.

Abraços! Até o próximo surto de cafeína!

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